quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Governadora compara enchente na Austrália a tsunami






Milhares de moradores de Brisbane, a terceira maior cidade da Austrália, deixaram suas casas nesta quarta-feira (12), no horário local, já que grandes enchentes ameaçavam inundar o distrito financeiro, além de provocar pânico na compra de comida e deixar autoridades desesperadas na busca por mais de 90 desaparecidos.
As maiores enchentes em décadas já mataram até agora 14 pessoas desde que deram início no mês passado à sua marcha devastadora pelo Estado minerador de Queensland, no norte do país. Segundo a rede CNN, três quartos do Estado são agora considerados área de desastre.
A catástrofe afetou a indústria do carvão de coque, destruiu a infraestrutura, levou a moeda local à mínima de quatro semanas e ameaçava colocar um freio na economia.

Com o pico das inundações previsto para esta quinta-feira (13) em Brisbane, capital de Queensland com 2 milhões de habitantes, as equipes de resgate aproveitavam os raros raios de sol desta quarta-feira para procurar aqueles que ainda estavam desaparecidos. A governadora do Estado, Anna Bligh, comparou as cheias ao poder devastador de um tsunami.
- Acho que todos nós ficaremos chocados com o que eles encontrarão nessas cidades atingidas por aquele tsunami.
A piora da situação está forçando economistas a aumentar as estimativas do impacto econômico. Um membro do conselho do Banco Central teria dito que o desastre poderá custar o equivalente a R$ 21,5 bilhões (13 bilhões de dólares australianos), o dobro da previsão inicial.
Cheia já afetou 45 mil pessoas na cidade
Em Brisbane, milhares de casas e negócios foram inundados, forçando moradores a abandonar seus lares com apenas alguns pertences em direção a áreas mais altas e abrigos.
Segundo o prefeito Campbell Newman, o número de casas provavelmente atingidas pelas enchentes subiu para 19.700, sendo até 45 mil pessoas afetadas. O Exército está operando voos de resgate com helicópteros.
Barragens construídas para proteger comunidades estão a ponto de romper.
A companhia Energex desligou o fornecimento de energia para algumas áreas mais baixas de Brisbane, incluindo partes do distrito financeiro, para proteger vidas e propriedades.
Anna disse que o rio Brisbane, que atravessa o centro da cidade, deve atingir sua capacidade máxima na quinta-feira à tarde (quarta-feira no Brasil), e que milhares de propriedades devem ser inundadas até lá. Mas, pediu calma.
- Mais para frente dessa região, esse rio já está criando o caos, aterrorizando as pessoas e provocando danos.
Governadora se diz chocada
Barcos à deriva e grandes troncos podiam ser vistos boiando no rio Brisbane. O sol parecia oferecer uma breve trégua, permitindo que os helicópteros de resgate retomassem os voos.
A primeira-ministra Julia Gillard viajou à cidade para inspecionar a devastação e disse que estava profundamente preocupada com o impacto das enchentes nos empregos.
- Estou chocada. Acho que todos estamos chocados pelas imagens daquele muro de água causando tal devastação. As dimensões são verdadeiramente incompreensíveis. Teremos que trabalhar com o impacto econômico a longo prazo para Queensland, e claro, uma a grande força-tarefa de reconstrução da infraestrutura quando as enchentes diminuírem.

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